Progresso no Tratamento de Tumores Raros é considerado o maior avanço de 2019 na Oncologia
Todos os anos a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) elege a maior conquista da Oncologia contra o câncer. Em 2019, a entidade considerou o “Progresso no Tratamento de Tumores Raros” o maior avanço do ano.
É animador ver progressos substanciais ao longo de apenas um ano, particularmente contra os cânceres raros. Com o número de casos aumentando a cada ano, nós precisamos continuar os avanços nas pesquisas, pois elas salvam vidas, declarou Monica Bertagnolli, presidente da Asco.
Atualmente, os tipos raros de câncer representam 20% dos diagnósticos por ano nos Estados Unidos, e as pesquisas apresentaram avanços impactantes para cinco tipos:
- Carcinoma anaplásico da tireoide: teve o primeiro tratamento aprovado em 50 anos;
- Tumores desmoides: o medicamento sorafenib foi o primeiro a aumentar o tempo de vida dos pacientes, sem progressão da doença;
- Tumores neuroendócrinos: foi aprovado tratamento que aplica radiação direcionada às células tumorais em pacientes com câncer no intestino. O resultado foi a redução do risco de progressão da doença ou morte em 79%;
- Carcinoma seroso uterino: o medicamento trastuzumab mostrou eficácia na diminuição do progresso da doença, que é um dos tipos mais agressivos de câncer de endométrio;
- Tumor de células tenossinoviais: pesquisas identificaram o primeiro tratamento promissor para este tipo de tumor, apresentando resposta em 40% dos pacientes.
A ASCO também divulgou, pela primeira vez, as principais áreas que merecem foco nas pesquisas. Essas prioridades representam lacunas de conhecimento que poderiam melhorar significativamente as decisões terapêuticas. São elas:
1) Identificar estratégias que melhor preveem as respostas aos tratamentos com imunoterapia;
2) Definir melhor quais pacientes vão se beneficiar com terapias pós-cirúrgicas;
3) Trazer os avanços das terapias celulares para os tumores sólidos;
4) Aumentar a precisão das pesquisas e tratamentos para o câncer infantojuvenil;
5) Otimizar os cuidados com pacientes oncológicos idosos;
6) Aumentar o acesso de voluntários aos tratamentos experimentais;
7) Reduzir os efeitos a longo prazo dos tratamentos oncológicos;
8) Reduzir a obesidade e o seu impacto na incidência de câncer;
9) Identificar estratégias para detectar e tratar lesões pré-malignas.
Essas prioridades representam a nossa visão para encontrar a próxima geração de tratamentos para o câncer e reduzir o impacto da doença na vida dos pacientes, explica Richard L. Schilsky, vice-presidente da ASCO.