Câncer de esôfago: fatores de risco, sintomas e como se prevenir
Além da conscientização sobre o câncer de testículo, abril também é o mês em que todos voltam a atenção para o câncer de esófago devido a sua alta incidência na população. O esôfago é um órgão que se assemelha a um tubo, responsável por ligar a garganta ao estômago e o câncer na região acontece, na maioria das vezes, após os 40 anos, sendo a faixa etária entre 50 a 70 anos onde a maioria dos casos ocorrem.
O câncer de esôfago é o 8º mais comum do mundo, e 96% dos casos são do tipo epidermoide, que está muito relacionado ao tabagismo e ao álcool,. Sua presença é maior no sexo masculino, o risco para eles desenvolverem ao longo da vida é de 1 homem a cada 125, já para as mulheres é de 1 a cada 417.
Um dos maiores problemas deste câncer é o seu crescimento silencioso, o que dificulta que o diagnóstico seja realizado ainda em estágios iniciais. Sua taxa de sobrevida atualmente melhorou devido aos tratamentos, hoje 20% das pessoas diagnosticadas com este câncer sobrevivem ao menos 5 anos, até a década de 70 essa taxa era de 5%. E o nosso oncologista, Dr. Rafael Botan, explicou porque há essa alta taxa de mortalidade:
Por que se trata de uma doença de comportamento biológico agressivo em um órgão de importância vital para a nutrição do paciente. Geralmente o paciente apresenta desnutrição e outras comorbidades associadas e, quando falamos de esôfago superior, o tratamento cirúrgico pode ser muito agressivo, adicionando comorbidades importantes que concorrem para a alta taxa de mortalidade nesta doença. Vale lembrar que a mortalidade está diretamente relacionada ao estágio do câncer.
Fatores de risco para o desenvolvimento do câncer
Os fatores de risco não são determinantes para o desenvolvimento do câncer de esôfago, mas são características que aumentam a probabilidade da doença aparecer, são eles:
- Bebidas quentes: chimarrão, chá e café (65º ou mais);
- Bebidas alcoólicas, mesmo que esporadicamente, não há níveis seguros;
- Obesidade, pois influencia na doença do refluxo gastroesofagiano (DRGE);
- Carnes processadas: salsicha, presunto, peito de peru, etc;
- Tabagismo: é responsável por 25% dos casos e o risco é mais elevado quanto maior a frequência;
- Histórico pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão;
- Infecção de HPV;
- Exposição à: poeira oriunda da construção civil, de carvão, metal e combustíveis fósseis. Dessa forma, trabalhadores de construção civil, metalurgia, agricultura, entre outros, estão mais suscetíveis.
O que fazer para reduzir as chances de câncer
- Parar de fumar é uma boa ação em qualquer momento, por isso, não fume e não se exponha ao tabagismo passivo.
- Evite o consumo de bebidas alcóolicas.
- Tenha uma dieta rica em frutas, verduras e legumes.
- Faça exercícios físicos e mantenha o peso corporal adequado.
- Consuma bebidas quentes em temperatura inferior a 60ºC, para isso, basta preparar a bebida e esperar 5 minutos antes de ingerir.
- Utilize camisinha em todas as relações sexuais para prevenir HPV.
Sintomas que merecem atenção
Na fase inicial da doença não há nenhum sintoma ou sinal de que está com o câncer, o que dificulta um diagnóstico precoce sem a realização de exames.
Com o desenvolvimento da doença alguns sintomas podem aparecer, como: dificuldade ou dor ao engolir, dor no meio do peito e no tórax. Além disso, pode haver a sensação de obstrução ao engolir, náuseas, vômitos e perda de apetite.
A disfagia é essa dificuldade de engolir, começa com alimentos sólidos, mas estende-se até a pastosos e líquidos com o desenvolvimento da doença. Esta situação acarreta na ausência de apetite, o que geralmente resulta na perda de peso, podendo chegar a uma perda de até 10% da massa corporal.
Ao detectar qualquer sintoma, procure um médico para entender a causa dos sintomas e realizar os encaminhamentos e tratamentos corretos.
Como diagnosticar o câncer
Em todos os casos de câncer o diagnóstico precoce é a melhor solução, pois encontra os tumores em estágios ainda iniciais, tornando o tratamento mais eficaz, assim como as chances de cura.
O diagnóstico precoce pode ser feito através de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, mas para este câncer é possível apenas em parte dos casos, pois a maioria das pessoas procura ajuda médica ao desenvolver os sintomas, que, como vimos anteriormente, neste caso representam que a doença está em estágio mais avançado.
A endoscopia digestiva é o exame realizado para detectar o câncer, pois por meio dela é possível investigar o interior do tubo digestivo, permitindo que biópsias sejam feitas para confirmar a presença e estágio do tumor.
Mesmo que o câncer seja assintomático no início é importante conhecer as informações básicas e ficar atento(a) a qualquer sinal para evitar maiores complicações.
Conscientizar é salvar vidas.
Este mês, e em todos os outros, esteja atento aos sintomas do câncer de esôfago.