27 de julho: Dia mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço
Durante todo o mês de julho e, em especial no dia 27, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) e todos os especialistas mobilizam a população para a conscientização sobre os fatores de risco para o Câncer de Cabeça e Pescoço e como preveni-lo. Além disso, a data também é muito importante para informar sobre a especialidade, ainda pouco conhecida no Brasil.
A cirurgia de cabeça e pescoço é uma especialidade que trata tumores benignos e malignos localizados na região da face, fossas nasais, seios paranasais, boca, faringe, laringe, tireoide, glândulas salivares e dos tecidos moles do pescoço e da paratireoide.
Embora o cirurgião trate as doenças benignas, são os cânceres os casos mais comuns no consultório. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para a incidência deste tipo de câncer no Brasil nos anos de 2018 e 2019 é de 43 mil pessoas. E os tipos mais comuns são de tireoide e o carcinoma epidermoide que se forma na cavidade oral, garganta e laringe, normalmente mais agressivos.
A cirurgiã de cabeça e pescoço do ICB, Natasha Canovas, alerta justamente para os tipos de carcinoma epidermoide que têm grande relação com os hábitos de vida dos pacientes.
No Brasil, 80% dos cânceres de cabeça e pescoço são causados por cigarro e álcool, e quando os dois são associados, o paciente aumenta em 20 vezes a chance de desenvolver esses tipos de câncer. O outro fator de risco é a exposição ao vírus HPV.
Sinais de alerta
Apesar da agressividade desse tipo de tumor, há cura, porém o diagnóstico precisa ser realizado precocemente. Os sinais costumam aparecer ainda no início do quadro, portanto estar atento a eles pode levar a um tratamento mais tranquilo e eficaz.
As principais alterações clínicas vão depender da localização do tumor, mas são elas: caroço no pescoço, rouquidão por mais de 3 semanas, dor ou dificuldade para engolir e ferida na boca, lábio ou língua que não cicatriza.
Existe um mito de que as cirurgias de cabeça e pescoço são muito agressivas, mas não é verdade. É muito comum os pacientes (e até alguns especialistas de outra área) não darem atenção aos sintomas e só procurarem o tratamento quando a doença está em estágio avançado. Nesses casos, os procedimentos costumam ser mais abrangentes, mas em casos iniciais, a cirurgia é muito menor e as chances de cura bem maiores.
Prevenção
Se os grandes fatores de risco são identificados, a prevenção está ao alcance de todos. É preciso manter hábitos de vida saudáveis, evitar o tabagismo, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, ingerir alimentos saudáveis, praticar atividade física regularmente, tomar a vacina contra o HPV e usar preservativo também no sexo oral.