Que a vida do paciente em tratamento oncológico passa por algumas mudanças não é novidade, consultas, exames, novos hábitos e alimentação são apenas alguns deles. E quando o tratamento chega ao fim, tudo volta a ser o que era antes ou algumas recomendações ficam para sempre?

Para tirar a dúvida de pacientes, nós conversamos com a oncologista do ICB Alessandra Leite e Silva sobre como é a vida após o tratamento do câncer.

Recidiva

O principal ponto após o término do tratamento é o medo da recidiva. A recidiva é quando o paciente trata o câncer com intuito curativo e, algum tempo depois, a doença volta a se manifestar.

Embora as chances de uma pessoa que já tenha desenvolvido um câncer seja maior de tê-lo novamente, a Drª Alessandra esclarece que não é como uma “sentença”.

A chance do paciente que já teve uma história pessoal de câncer, qualquer que seja, de ter outro tumor é maior do que uma pessoa que nunca teve na vida. É claro que o risco de recidiva varia de tumor para tumor, mas a maioria deles, quando alcançamos a cura de fato, geralmente não retorna.

 

Pelo fato do câncer representar um fator de risco independente, existem protocolos de acompanhamento bem definidos para cada tumor, que podem envolver apenas consultas ou incluir exames físicos e de imagem. Por isso, o paciente que concluiu o tratamento precisa manter as consultas e os exames de acordo com cada protocolo.

Acompanhamento após a cura

Assim que o paciente recebe a boa notícia de que não há mais sinal de câncer em seu organismo, ele segue uma nova rotina que muda com o passar dos anos.

De 2 a 3 anos após o fim do tratamento, é importante que os pacientes se consultem com o oncologista a cada 3 meses. Alguns tipos mais agressivos exigem uma frequência menor, mas no geral, para o acompanhamento de pacientes que tiveram tumores mais comuns, as consultas são trimestrais.

Após esse período, as consultas passam a ser semestrais até que se complete 5 anos.

A maioria dos cânceres apresentam a cura após cinco anos, no entanto a cada dia aprendemos que os pacientes precisam ser acompanhados por mais tempo. Hoje vemos pacientes com 10 a 15 anos de cura da doença, mas que, pelo menos uma vez ao ano, devem se consultar com o oncologista para fazer exames periódicos.

 

Mudanças de hábitos para toda a vida

A principal recomendação para reduzir as chances de desenvolver algum tipo de tumor é a adoção de hábitos de vida saudáveis. Portanto, o paciente que venceu o câncer não pode se esquecer disso.

Pacientes que mantêm a prática de atividades físicas, dieta balanceada, deixam de fumar e reduzem o consumo de bebida alcoólica têm menos chances de recidiva e previnem o desenvolvimento de outras doenças também, como hipertensão e diabetes, por exemplo.