Dia Mundial de Combate ao Estresse: um problema tão comum com consequências perigosas
23 de setembro é conhecido como o Dia Mundial de Combate ao Estresse, um problema muito recorrente mas que muitas vezes não é levada a sério.
De acordo com dados da Previdência Social, entre 2012 e 2016, no Brasil, as condições mentais e emocionais ocuparam o 3º lugar no ranking como motivos para afastamento do trabalho, e o estresse pode ter contribuído para muitos desses casos. Falamos isso, porque ele pode desencadear problemas como depressão e ansiedade e até mesmo hipertensão e alterações na tireoide.
O que causa o estresse?
Ao longo dos anos, as mudanças de rotina e o crescimento das cidades contribuíram para que as pessoas – independente de sua faixa etária – ficassem cada vez mais ocupadas, mas o estresse não está relacionado apenas a esses fatores externos; também está ligado ao modo como lidamos com as emoções do dia a dia, seja de alegria, emoção, decepção, tristeza ou medo, e isso varia de pessoa para pessoa.
Segundo a psicóloga do ICB, Lidiane Gomes da Silva,
A modernidade, junto com suas tecnologias, contribuem para o tratamento e cura de algumas doenças, mas também favorece o aumento de outras patologias, principalmente as de fundo emocionais. Por outro lado, vemos crescer a conscientização da sociedade sobre a saúde mental, com as campanhas “Janeiro Branco” (voltada ao cuidado com a saúde mental de forma geral) e o “Setembro amarelo” (campanha de valorização da vida e prevenção ao suicídio).
Mas afinal, o que é estresse?
Podemos definir o estresse como uma resposta do organismo à estímulos gerados por algum evento que “excita” a esfera emocional e proporciona a liberação de hormônios e neurotransmissores, tais como adrenalina, cortisol e outros. Com isso, o corpo e a mente saem da homeostasia – ação do organismo para o equilíbrio e conservação de energia – e são preparados para “luta ou fuga” com o objetivo de autopreservação.
É importante lembrar que, embora o estresse proporcione um estado de tensão ao organismo, não pode ser definido apenas como algo ruim, o que vai determinar se é prejudicial ou não é a situação em que ocorreu o nível em que ele se apresentou.
Por exemplo, devemos ficar atentos aos momentos em que sentimos descontrole da própria mente e/ou corpo. Sempre que isso acontece, ao invés do estresse preparar o organismo para uma reação de autopreservação ou melhorar o desempenho, ele pode gerar imobilização, mal-estar, sofrimento e até levar à presença de sintomas físicos, como dores musculares, problemas digestivos, entre outros.
Sinais de alerta!
O estresse vem acompanhado de uma série de sintomas se não for tratado. Podem ocorrer:
- Sensação de incapacidade
- Sentimento de menos valia
- Tensão
- Fadiga e insônia
- Cansaço excessivo sem motivo aparente
- Esgotamento mental
- Dor no peito
- Taquicardia
- Tremores e sudorese
- Náuseas, diarreia, tontura e dor no estômago
Em alguns casos, pode prejudicar desde as relações íntimas e familiares, até os relacionamentos e desempenho no trabalho, podendo haver diminuição na produtividade e insatisfação de forma geral.
Além das dificuldades cotidianas, o estresse constante pode abrir portas para outras patologias. Transtornos depressivos, transtornos somatoformes (doenças que persistem apesar dos sintomas físicos não explicarem sua a natureza e até mesmo funcionar como facilitador e gatilho para o suicídio. Explica a psicóloga.
Por isso, é de extrema importância estar atento e buscar ajuda.
A importância do acompanhamento psicológico
O psicólogo é importante pois trata o paciente com acolhimento e compreensão do seu sofrimento. O especialista também auxilia com técnicas de a autopercepção e autoconhecimento que facilitam a conscientização do nível do estresse, dos prejuízos e a sua postura diante da realidade. Com isso, o paciente consegue compreender a necessidade de mudança de hábitos, rotinas ou dinâmica psicológica para lidar com as situações que causam estresse.
Acredito que quando não é possível mudar o ambiente estressor, o ser humano pode adotar formas menos sofridas para conviver nele, ou seja, poderá adotar outro padrão de comportamento para não ser tão afetado, o que diminui os prejuízos e riscos de adoecimento psicológico. Seria uma forma preventiva dos adoecimentos psicológicos. Afirma Lidiane.
Prevenir o estresse é possível
No final, a prevenção sempre vai ser sempre a melhor saída e existem algumas ações que contribuem para isso, como:
- Boa convivência familiar e social;
- Bons relacionamentos no ambiente de trabalho;
- Realizar atividade física regularmente;
- Separar um tempo para cuidar de si; e
- Dedicar um tempo para lazer ou praticar atividades que fujam da rotina.
Essas atividades proporcionam a liberação de dopamina, endorfina, ocitocina, serotonina e outros neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer. Por mais que o isolamento e o distanciamento social estejam dificultando algumas atividades, essa é a hora de usar a tecnologia a nosso favor e se adaptar, com as chamadas de vídeo, aulas online, e procurar manter hábitos saudáveis mesmo estando em casa. Cuidar da mente é tão importante quanto do corpo.