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Novembro Azul: saúde masculina em foco na luta contra o câncer de próstata

Passado o Outubro Rosa, agora é a vez de falar sobre a saúde masculina. O Novembro Azul é uma campanha internacional criada em 2003, na Austrália, com o objetivo de informar sobre o câncer de próstata e incentivar os homens a realizar os exames de rastreio.

O câncer de próstata é hoje o segundo mais frequente entre os homens, responsável por quase 32% dos casos, cerca de 68 mil por ano – só perde para o câncer de pele não melanoma. Essa incidência é maior que a do câncer de mama em mulheres, o que prova que este assunto precisa de mais evidência e de mais atenção dos homens.

Quando o assunto é mortalidade, este tipo de tumor é a segunda principal causa de morte por câncer em homens, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. A boa notícia é que, se diagnosticado no início, as chances de morte diminuem significativamente e as de cura aumentam.

Grupos de risco

O câncer de próstata está muito ligado à idade. Tanto a incidência como a mortalidade aumentam após os 55 anos. No Brasil, a cada dez pacientes diagnosticados, nove estão nessa faixa etária.

No entanto, homens com casos de câncer de próstata na família devem ficar mais atentos, mesmo antes de atingir essa idade. Se o pai ou o irmão tiveram diagnóstico antes dos 60 anos, o risco de se ter a doença cresce de 3 a 10 vezes comparado à população em geral.

Outro fator de risco é o peso corporal elevado.

Como posso diminuir minhas chances de ter câncer de próstata?

Para minimizar os riscos, o primeiro passo é incorporar na rotina hábitos de vida saudáveis: alimentação balanceada, controle do peso, atividade física regular, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcóolicas.

Quais sintomas merecem atenção?

No início, o câncer de próstata geralmente não apresenta sinais ou sintomas, mas em alguns casos, o paciente pode perceber:

  • Dificuldade de urinar;
  • Demora em começar e terminar de urinar;
  • Sangue na urina;
  • Diminuição do jato de urina;
  • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.

É importante lembrar que essas alterações não indicam necessariamente a presença de um câncer e podem ocorrer devido a doenças benignas. Portanto, caso apresente qualquer um destes sinais ou sintomas, procure um urologista, este é o especialista capacitado para realizar uma avaliação.

Exames de rastreio

Todo e qualquer câncer possui maior chance de cura se diagnosticado no início. Para isso, são recomendados os exames de rastreio. Para o câncer de próstata, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado e realizar uma avaliação individualizada para evitar biópsias e tratamentos sem necessidade.

Pacientes da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem ser avaliados a partir de 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios. Após os 75 anos, a realização dos exames pode ser alterada e se alinhar de acordo com a expectativa de vida do paciente.

Os exames para este tipo de tumor são o toque retal e o PSA.

Toque retal: Através desse exame, o urologista consegue avaliar o tamanho da próstata e alterações que podem indicar câncer ou doenças benignas. Para realizá-lo, o especialista introduz o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto e consegue palpar as regiões posterior e lateral da próstata. O toque retal é rápido, feito em consultório médico, não interfere na sexualidade e nem causa dor, apenas um desconforto.

PSA: Com a coleta de uma amostra de sangue, é analisada em laboratório a quantidade de uma proteína chamada Antígeno Prostático Específico (PSA), produzida pela próstata. Taxas de PSA acima do normal, cerca de 4 ng/ml, podem indicar alterações na próstata, entre elas o câncer. No entanto, nem sempre o tumor altera a produção da proteína (PSA) e, por isso, é necessária a confirmação com outros exames diagnósticos, como ressonância magnética e biópsia.

Tratamento

Os tratamentos recomendados para o câncer de próstata variam de acordo com o tamanho e o risco do tumor.

Para pacientes com tumores de baixo risco, a Sociedade Brasileira de Urologia aconselha o regime de observação vigilante. Nesses casos, o paciente é acompanhado frequentemente pelo urologista e realiza periodicamente os exames de toque retal e dosagem do PSA. Já a ressonância magnética da pelve e/ou biópsia prostática também podem ser recomendadas, em intervalos variados.

Se observada a evolução do tumor, deve-se iniciar o tratamento do câncer. Lembrando que o tipo de terapia, a ordem da sua aplicação e a necessidade de combinar mais de um tratamento dependem do tamanho, da agressividade do câncer e da saúde geral do paciente.

Em casos menos graves, quando o tumor está localizado apenas na próstata, normalmente são indicadas a cirurgia ou a radioterapia. Quando a doença está avançada, é comum combinar a cirurgia com a radioterapia ou até mesmo incluir a hormonioterapia. Para os pacientes que apresentam metástase (quando o câncer já está presente em mais de um órgão ou tecido), a terapia hormonal é a mais utilizada.

Cada um desses tratamentos apresenta seus riscos e benefícios, desta forma é fundamental que uma equipe médica analise o caso de maneira individualizada para decidir pela melhor alternativa.

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