Por que pacientes oncológicos sentem dor e qual a importância de tratar o sintoma
A dor é uma questão presente na vida de grande parte dos pacientes oncológicos, muitos deles acreditam que sua presença é um sinal de que o tratamento está funcionando. No entanto, isso não é verdade. A dor é um sintoma como outro qualquer e deve ser avaliado e tratado.
Porém, identificar a causa da dor não é uma tarefa simples, não há um padrão entre os pacientes. A dor envolve inúmeros fatores, podendo ser físicos e psicológicos, tanto que pacientes com o mesmo tipo de câncer, realizando o mesmo tratamento, podem experimentar sensações completamente diferentes.
Para muitos especialistas, tratar as dores é tão importante quanto tratar a própria doença, porque assegura uma melhor qualidade de vida aos pacientes e, em alguns casos, resulta até em aumento de sua sobrevida.
Conversamos com o Dr. Alexandre Mio Poe, parceiro do ICB e especialista da dor, para explicar a importância de se estar atento a esse sintoma, independentemente de como ele se manifeste.
A relação da dor com o câncer
O diagnóstico do câncer é sempre um momento delicado, rodeado por dúvidas, ansiedades e preocupações. Todos esses sentimentos podem desencadear incômodos físicos.
Algumas vezes a pessoa tem mais medo da dor que ela vai ter durante o tratamento, do que do próprio câncer. Dor é muito mais do que uma agulha na ponta do dedo, é também a interpretação que as pessoas dão ao que vão passar. Ressalta o Dr Alexandre Mio Poe.
Já quando falamos de fatores físicos, dores podem aparecer em decorrência de cirurgias, alterações do próprio tumor (o que pode gerar compressões de nervos, por exemplo) e também resultados de tratamentos quimio e radioterápicos.
É por isso que temos hoje o conceito de “dor total”, que compreende a interação dos aspectos físicos como também emocionais e espirituais e na oncologia. Essa é uma interpretação bastante utilizada para oferecer tratamentos mais direcionados que possam amenizar os sintomas de sofrimento.
Como lidar com este sintoma?
É importante, diante de qualquer incômodo, relatar para o seu médico, para que ele possa observar os motivos que estão causando o mal estar e verificar se é necessária uma alteração nos medicamentos, por exemplo, ou alguma indicação de tratamento específico. Como não existem exames para atestar a dor, a conversa com o médico é essencial.
Não é um sintoma visível e tem que ser levado ao profissional para uma interpretação completa. E nos pacientes oncológicos, a dor faz parte em muitos casos, mas, nem sempre ela precisa existir.
Como é possível tratar a dor em pacientes oncológico
Na Medicina, existem diversas formas de amenizar ou acabar com a dor desses pacientes. Em alguns casos, é necessário o uso de medicamentos e, em outros, métodos e exercícios que trabalham áreas específicas do corpo são suficientes.
Farmacológico: Em algumas situações, há a necessidade do uso de medicamentos opióides, como a morfina, e também os chamados adjuvantes, que são geralmente utilizados para outros tipos de tratamento, tais como antidepressivos, ansiolíticos, entre outros, mas que podem auxiliar no alívio de certos tipos de dores.
Não farmacológico: Outros casos podem ser resolvidos por meio de acompanhamento com profissionais como fonoaudiólogo, para auxiliar na deglutição, e fisioterapeuta, para manutenção e melhora dos movimentos.
Intervencionista: A depender do estágio do câncer, há também a opção de um tratamento intervencionista, que, por meio de injeções ou de uma bomba de morfina, o fluxo da dor é interrompido.
Com o controle da dor, a tendência é que os pacientes vivam mais e melhor. Pesquisas mostram que pessoas que têm esse quadro diminuído também têm maior sobrevida, pois a qualidade de vida contribui para a eficácia do tratamento.
No ICB, nossos profissionais estão sempre atentos às todas necessidades dos pacientes para oferecer um acompanhamento personalizado e eficaz. Atuamos de forma intensa para garantir a qualidade de vida dos nossos pacientes no enfrentamento ao câncer.