Abril lilás e câncer de testículo: conheça os sintomas que se disfarçam
O mês de Abril é voltado à conscientização masculina acerca do câncer de testículo, a atenção é necessária porque a doença pode passar despercebida por apresentar sintomas que se confundem com os de doenças sexualmente transmissíveis. A preocupação é reforçada porque a faixa etária mais atingida pelo câncer é de jovens entre 20 a 40 anos, que, por estarem com a vida sexual mais ativa, não percebem os sintomas do câncer.
O câncer de testículo, apesar de considerado raro, é responsável por até 5% das incidências de câncer em homens. A maioria dos casos são curáveis, mas é necessário detectar a doença o quanto antes, pois a sua progressão é acelerada. Por isso, queremos te mostrar as principais informações referentes a este tipo de câncer, afinal, conscientizar é cuidar e salvar vidas.
Fatores de risco
Além da idade mencionada – entre 20 a 40 anos – alguns fatores podem aumentar as chances de desenvolvimento do câncer de testículo, sendo eles:
- Criptorquidia: acontece durante o desenvolvimento do feto quando um testículo (ou ambos) não descem da cavidade abdominal para a bolsa escrotal;
- Doenças raras como a síndrome de Klinefelter, onde há um cromossomo X a mais (47,XXY);
- Câncer de testículo prévio: apresentam 3% de risco;
- Traumas ou lesões na bolsa escrotal;
- Histórico familiar com a doença;
- Infertilidade;
- HIV
Atenção aos sintomas do câncer de testículo
Nódulo ou inchaço no testículo
Essas alterações são perceptíveis, tornando possível, muitas vezes, descobrir a doença ainda nos estágios iniciais. Os nódulos podem provocar dor, mas na maioria dos casos são indolor. Então, é preciso realizar autoexames e notar as alterações, inchaços e regiões endurecidas.
Crescimento ou dor na mama
São sintomas raros, mas podem ocorrer devido ao aumento da secreção do hormônio gonadotrofina coriônica (HCG), que estimula o crescimento e desenvolvimento da mama. Quando esse sintoma surge, também é comum haver dor na região.
Sintomas em casos avançados
- Dor na parte inferior das costas;
- Falta de ar, dor no peito e tosse demonstram que a doença pode ter avançado para os pulmões;
- Dor abdominal, quando há metástases para o fígado;
- Dor de cabeça e confusão quando atinge o cérebro.
Se detectar qualquer um dos sintomas, procure um urologista para entender qual é a causa e realizar os encaminhamentos e tratamentos corretos. Essas manifestações podem ser causadas por diversas outras situações, entretanto, caso seja um câncer de testículo, quanto antes for detectado, maiores são as chances de sucesso no tratamento.
Como detectar o câncer de testículo
Autoexame
Como já mencionado aqui, o autoexame é a ferramenta mais comum e de fácil acesso, afinal, as alterações são visíveis e podem ser notadas ao tocar e ao palpar a região. Por isso, é importante que os homens conheçam seus próprios corpos, notando tais modificações em estágios iniciais. Não é possível confirmar o câncer de testículo com o autoexame, mas é desta maneira que percebe-se um possível problema e recorre-se ao médico especializado.
Ultrassom com Doppler
São essenciais para detectar a presença do câncer nos testículos, mostrando também o seu estágio e relação com estruturas vizinhas. É no ultrassom que há a confirmação da doença ou diferenciação para apenas uma inflamação ou torção. Este exame também é capaz de diagnosticar a doença em estágios iniciais, quando não podem ser palpáveis.
Exames de sangue
Substâncias originárias das células cancerígenas atingem o sangue, dessa forma, é possível detectá-las através do exame. São importantes para diagnosticar, entender o estágio que encontra-se, além de serem um ótimo parâmetro para comparação após o tratamento. Os marcadores que demonstram a presença do tumor são: Beta-hCG, o DHL e a Alfa-Fetoproteína
Após o câncer de testículo
Quando há a detecção do tumor, o testículo lesionado é retirado cirurgicamente, pois a biópsia pode disseminar a doença. É importante saber que essa drenagem do testículo é essencial para o tratamento e, além disso, que é possível viver uma vida normal com apenas um testículo, como nos explica o Dr. Rafael Botan:
De um modo geral, a retirada de um testículo não implica em grandes mudanças na fisiologia de uma pessoa. O outro testículo certamente manterá os níveis hormonais adequados. Quanto à produção de espermatozoides, muitas vezes pode-se observar uma uma diminuição no número de espermatozoide, mas isso isoladamente não torna o homem infértil. Entretanto, o tratamento de quimioterapia combinado ao tratamento cirúrgico pode aumentar as chances de infertilidade.
Mesmo em casos mais avançados, onde torna-se necessária a quimioterapia e a radioterapia, a resposta deste tipo de tumor é favorável, apresentando cura em 75% dos casos.
Então, não deixe para depois, dê atenção ao seu corpo, repare nos sintomas e, caso desenvolva câncer de testículo, saberá precocemente e poderá tratar de maneira mais assertiva.
Conscientizar é salvar vidas.
Este mês, e em todos os outros, esteja atento aos sintomas do câncer de testículo.