Março Azul-Marinho: campanha de alerta para prevenção ao câncer colorretal
Durante todo o mês de março, nós, e grande parte da comunidade médica, nos dedicamos a informar e conscientizar a sociedade sobre o câncer colorretal. Atingindo todos os anos mais de 40 mil brasileiros e sendo responsável por 20 mil desses pacientes, este tipo de câncer está entre os mais frequentes no país.
O que é o câncer colorretal?
Câncer colorretal são tumores que se desenvolvem no intestino grosso (cólon), no reto e no ânus. Se descoberto no início, as chances de cura são muito altas, porém o problema é que este tipo da doença é muito silencioso.
Quando isso acontece com cânceres muito frequentes, é comum a indicação de exames de rastreio, que são exames realizados em um grupo específico da população (que têm mais propensão à doença) mesmo sem a presença de sintomas.
E, no caso do câncer colorretal, esse rastreio pode significar a prevenção total do tumor. Sim! Isso é possível. Vamos ver como.
Pólipos? O que eles têm a ver com câncer colorretal?
Uma grande parte dos tumores colorretais se inicia a partir de um problema benigno que pode acontecer na parede interna do intestino grosso.
Normalmente, esse câncer surge de pólipos benignos, lesões pré-cancerígenas que podem ser identificadas e removidas através do exame de colonoscopia. Explica Aline Nunes, coloproctologista do ICB.
A colonoscopia é a melhor amiga nesse momento
A colonoscopia é um exame semelhante a endoscopia, onde o médico insere no ânus um cano fino com uma microcâmera na ponta para ter a visualização direta da parede do intestino. Além disso, no mesmo exame, é possível realizar a remoção e/ou biópsias de pólipos e lesões suspeitas.
Existem exames não invasivos, como a pesquisa de sangue oculto nas fezes, porém são menos sensíveis para a detecção de lesões. O exame padrão ouro é a colonoscopia, justamente por nos permitir o diagnóstico e, ao mesmo tempo, evitar a progressão para malignidade com retirada dos pólipos.
O exame é indicado para todos os homens e mulheres a partir dos 45-50 anos. Caso haja histórico de câncer na família, o rastreio pode começar antes. Lembrando que esse público não precisa apresentar sintomas para passar pela colonoscopia.
Mas isso não quer dizer que não existem sinais de alerta
É importante estar sempre atento ao seu corpo e aos sinais fora do comum que podem surgir. Já falamos que o câncer colorretal é silencioso, mas alguns sintomas merecem atenção, como:
- Sangue nas fezes;
- Alteração do hábito intestinal;
- Dor ou desconforto abdominal;
- Fraqueza e anemia;
- Perda de peso sem causa aparente.
- Alteração na forma das fezes;
- Massa abdominal.
Se perceber algo, consulte um coloproctologista para avaliação correta do seu caso, pois esses também são sintomas de outras doenças do intestino e reto.
Você também pode fazer a sua parte
Sabe-se que alguns fatores podem aumentar as chances do tumor se desenvolver, são eles: idade acima 50 anos, obesidade, sedentarismo, alimentação pobre em fibras e rica em carne vermelha e alimentos embutidos e industrializados, tabagismo e ingestão de bebida alcoólica em excesso.
Evitar todos esses hábitos, estar atento aos sintomas, e procurar um coloproctologista para realizar o rastreio a partir dos 45-50 anos é um bom caminho para reduzir as chances de ter câncer colorretal.